sexta-feira, 22 de julho de 2016

IDENTIDADE LINGUISTICA

Somos intelectuais em busca de uma produção política legítima para a educação dos surdos, que significa uma política educacional permeada pelas necessidades e anseios dos alunos; uma política que condiz com nossa luta, com nossas experiências de vida, com nossos anseios pelos e ao lado de nossos pares surdos, em busca do direito de as crianças surdas terem, desde a mais tenra idade, a possibilidade de adquirir a Identidade Linguística da Comunidade Surda. Arthières (2004) tem razão quando descreve o pensamento de Foucault sobre a posição do intelectual específico, “que não expunha um discurso sobre os acontecimentos, mas atravessava fisicamente cada um deles, e era dessa experiência única que um verdadeiro diagnóstico podia emergir”.

Acho muito interessante pensar na "possibilidade de adquirir uma identidade linguística da comunidade surda". Vejo a língua como um dos grandes responsáveis pelo reconhecimento de identidade. Nós nos identificamos uns com os outros principalmente pela língua, entre outros aspectos. A língua carrega cultura, costumes, história, que nos une enquanto sujeitos que a compartilham.

Os surdos não devem ter simplesmente a "possibilidade" de terem essa identidade linguística, mas o direito.


Por isso me pergunto: até quando esse DIREITO será privado aos surdos que não têm acesso a uma educação bilíngue? Até quando as políticas públicas e educacionais privarão essas pessoas (principalmente as crianças) de constituírem sua IDENTIDADE?

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