quarta-feira, 17 de abril de 2019

BRINCAR POR BRINCAR



A questão do brincar  livre divide muitas opiniões dentro de nossas escolas e mesmo que  a teoria fale da importância do brincar, mesmo que vídeos mostrem os beneficio que o brincar proporciona , ainda existe aquele grupo de educadores que não respeita isso. Falo respeito pois não deixar uma criança brincar livremente é desrespeitá-la , é priva-la  de se desenvolver saudavelmente. Nosso papel é observar e auxiliar ou participar se necessário for mas nunca tirar a liberdade de imaginação, de criação, de adaptação que uma brincadeira exige da criança. As brincadeiras dirigidas com finalidades pedagógicas são importantes e fazem parte dos planejamentos de todos nós mas não é essa brincadeira a que me refiro. A criança precisa de um momento de total liberdade para criar a sua brincadeira, dar asas a sua imaginação. E o que me faz refletir sobre isso não são as nossas crianças de Educação Infantil que estão no meio de brinquedos e espaços adequados para a brincadeira, o problema mais triste são as crianças que entram para a escola fundamental e perdem o direito cada vez mais cedo de brincar.


BLOQUEIOS À CRIATIVIDADE



Estamos sempre querendo acertar, sempre buscando o ideal mas mais do que isso sempre esperando a aceitação do outro para quase tudo aquilo que fazemos. O receio de não dar certo e de não ser aceito nos causa medo e consequentemente nos bloqueia muitas vezes. Ter segurança e conhecimento naquilo que queremos criar é fundamental pois nos trará uma auto confiança e a convicção que vai dar certo.
Somos muito dependentes da opinião e da critica dos outros e vejo muito isso em meus alunos desde muito pequenos. Muitas vezes eles fazem um desenho e ficam dizendo que está feio pois eles sentem medo de que eu não vá gostar e vá criticar e esse medo se não trabalhado com estímulos positivos vai bloqueando a crianças de querer criar outros desenhos. Creio que esse bloqueio criativo pode acompanhar a pessoa desde muito cedo. Para criar é necessário coragem e confiança e isso devemos trabalhar muito com nossos alunos .
A sociedade nos bloqueia pois determina padrões que para segui-los deixamos de criar e inovar. Também me veio a lembrança de salas de aulas tradicionais e, me veio a lembrança da minha época de aluna criança onde para mim o maior sacrifício era ter que apresentar um trabalho oral e a insegurança de mostrar o que eu fazia ou o que eu pensava. Lembro dos jogos de mímica que eu sofria quando chegava a minha hora.Até hoje me sinto "travada" em apresentações oral. Por insegurança e deixamos de fazer por medo da rejeição.

MUSICALIZAÇÃO



"A musicalização infantil é um poderoso instrumento na educação. A musicalização desenvolve na criança a sensibilidade musical, a concentração, a coordenação motora, a socialização, o respeito a si próprio e ao grupo, a rapidez de raciocínio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocional dentre outras tantas qualidades que ajudam na formação do indivíduo. Antes de nascer, ainda no útero da mãe, a criança já entra em contato com elementos fundamentais da música como o ritmo, através das vibrações e pulsações do coração da mãe."



Reli  esta postagem pois estou tendo muita dificuldade com a minha turma devido ao comportamento extremamente agitado e descontrolado, porém, observei que a música faz com que eles consigam ter interesse, atenção e limites. Eles tem uma aula de música por semana com o professor especializado e eu comecei a observar como eles conseguiam manter o interesse em atividades em grupo sem brigas e  descontroles. 

Então comecei a usar muito a música e estou vendo ótimos resultados. As histórias eu misturo com músicas  onde eles é quem cantam. Fazemos o horário das apresentações de talentos quase todos os dias antes do lanche onde cada um canta alguma coisa que conhece ou o que eles mais gostam e inventar na hora suas próprias letras sempre embalados por algum ritmo também improvisado por eles.





http://lucianaarcosufrgs.blogspot.com/2016/07/musicalizacao-infantil_31.html

PERCEPÇÃO DE CORPOREIDADE

    
Neste semestre  do EIXOVIII  a interdisciplina de Corporeidade me fez ver o individuo como um todo, onde corpo e mente interagem e se transformam a partir de nossas vivências. 
Podemos observar que a criança reage a todos os estímulos que recebe.  A criança tratada com violência vai reagir negativamente e a criança tratada com carinho e atenção reagirá positivamente. 
O bebê desde que nasce precisa constantemente de  estímulo tátil para sobreviver e crescer saudavelmente ou terá muita dificuldade em seu desenvolvimento motor, cognitivo e intelectual assim como problemas para socializar-se. O cérebro precisa receber estímulo afetivo para desenvolver-se adequadamente.
Em nossas salas de aulas vivenciamos experiências com nossos alunos através dos sentidos. Já nos primeiros dias de adaptação podemos ver a importância da corporeidade e como ela se torna absolutamente necessária para que a criança consiga sentir-se inserida naquele meio. 
O abraço, o toque,o carinho, vai fazer com que ela se sinta acolhida e segura fazendo com que seu cérebro torne-se receptível para novas experiências e aprendizados.
Este ano tenho uma turma  de crianças muito agressivas, inquietas, sem limites  e logo comecei a observar como um carinho, um estímulo, um elogio faz uma grande diferença na vida e no comportamento dessas crianças. 

VER E OLHAR

Uma das questões mais presentes no meu dia a dia na escola é o olhar que eu tenho sobre cada um em especial na sala de aula. Essa postagem fala sobre a diferença do ver e do olhar e como nós professores conseguimos ter a dimensão exata de cada um. Vemos tudo ao nosso redor, vemos as crianças chegando, brincando, desenhando assim como vemos seus desenhos, suas roupas, seus olhos e sorrisos mas quando colocamos nosso olhar nessa criança conseguimos sentir muito mais do que estamos vendo. O olhar consegue captar a tristeza nos olhinhos, consegue entender  o porque  aquela criança está agressiva ou agitada, consegue sentir a alegria através de um sorriso. Com o passar desses  anos no curso , a cada semestre aprendendo um pouco mais, consegui também mudar o olhar  em relação ao meu trabalho, ao compromisso que tenho de fazer o certo pois sou responsável pelas vidas que eu lido, não posso apenas ver o que estou fazendo preciso ter um olhar  ao resultado de minhas atitudes.


http://lucianaarcosufrgs.blogspot.com/2016/07/refletindo-sobre-o-ver-e-o-olhar.html



IGUALDADE

       
               http://lucianaarcosufrgs.blogspot.com/2016/07/trabalhando-igualdade.html


Uma das postagens que mais gostei de escrever foi esta sobre como a literatura nos ajuda  a trabalhar a igualdade com as crianças pois é um dos temas que mais nos  move na educação atualmente. Essa postagem falei de  uma experiência e um exemplo que demonstra como as novas gerações têm um acesso muito maior e muito mais cedo  as diferenças e o quanto elas consideram  que ser diferente é normal.  A literatura infantil que trata  a questão das diferenças está cada vez mais rica e é uma grande aliada ao nosso trabalho. Este semestre estou trabalhando um projeto de identidade com meus alunos do Jardim B que se chama "SOMOS  ÚNICOS, DIFERENTES E ESPECIAIS"  e é muito gratificante constatar como as crianças são livres do preconceito e como ela consegue entender tão facilmente que as diferenças de cada um não os priva de serem felizes e atuantes no mundo em que vivem.



,Foto : Antonella com 3 anos

REFLETINDO SOBRE O BRINCAR

Em julho de 2016 escrevi nesta postagem em anexo que o brincar era uma de minhas maiores inquietações pois naquele momento eu estava começando a estudar a respeito e muitas dúvidas  quanto a minha prática em sala de aula estavam sendo esclarecidas no momento. 
A questão é que realmente o Brincar é o "grande tema" na Educação Infantil e não tenho a menor duvida de sua importância para o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Mas infelizmente  ainda vemos na pratica algumas  educadoras que ainda não despertaram para a importância do brincar e muitas vezes privam as crianças de um desenvolvimento alegre e feliz como deve ser. É impossível pretender que uma criança não brinque na escola , o mundo dela é o brincar, privar a criança disso é  diminuir muito as suas possibilidades. Hoje sigo pensando como antes  mas conseguindo ter uma visão mais direcionada para o alcance que a brincadeira tem no aprendizado. 
Em 2018 fiz um curso de extensão sobre docência na Educação Infantil e  o que mais me chamou a atenção  foi  uma aula onde a professora Tânia  Fortuna abordou o tema  da infância vivendo cada vez mais indoor  ou seja, dentro de casa, sozinha apenas com toda essa tecnologia disponível hoje em dia muito ao alcance das crianças e os efeitos dessa  interação tecnológica sobre o comportamento de nossas crianças e jovens cada vez mais alarmantes. Estudos mostram que houve um grande impacto na cultura lúdica, ou seja,nos modos de brincar, no valor atribuído a brincadeira e no próprio repertório de jogos e brincadeiras das crianças de hoje. A capacidade de pensar, criar,analisar está sendo afetada e a criança já não é mais atraída àquelas antigas brincadeiras.
Vejo na prática, meus alunos com 5 anos preferirem jogar videogame a brincar de esconde esconde.
Porém, ainda acredito que a escola ainda tenha um papel muito importante nesse processo de proporcionar e incentivar  que a criança crie suas brincadeiras de acordo aos seus interesses e consequentemente a desenvolver sua aprendizagem de uma forma mais significante.


terça-feira, 16 de abril de 2019

RELEITURAS E REFLEXÕES

A partir desta postagem farei uma revisitação no meu blog relendo minhas primeiras mensagens e fazendo uma analise através do tempo  sobre o que aprendi, o que apliquei , o que aproveitei, o que compartilhei e também o que faz  e o que não faz mais sentido após esses quase 5 anos de PEAD.
As primeiras postagens são apenas mensagens pois naquele momento não tinha bem  claro o objetivo deste blog mas depois escrevi algumas coisas interessantes que no momento me fizeram refletir  sobre determinados temas e agora relendo posso rever meu pensamento e avaliar meu crescimento durante esse tempo. Lastimo não ter aproveitado mais este espaço para obter e dividir  mais conhecimentos, opiniões, aprendizagens, experiências. Nossas vidas nem sempre seguem um caminho em linha reta, muitas vezes precisamos desviar de alguns obstáculos, que ao fim, nos atrasam um pouco a chegada, mas o importante é não se perder e  não desistir.