domingo, 5 de agosto de 2018

BREVE REFLEXÃO SOBRE A EJA




Durante as leituras feitas durante o semestre percebemos que os programas da EJA, foram constantemente interrompidos e tiveram propostas que vão desde a erradicação do analfabetismo a continuidade dos estudos. Embora sejam visíveis os esforços para institucionalizar a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, percebemos que a mesma ainda é inferiorizada diante das demais modalidades de ensino, já que os alunos em sua maioria são pessoas que estão à margem da sociedade.
De acordo com minha experiencia durante um ano em uma turma da EJA,pude observar que  existem dois grupos que procuram a Educação de Jovens e Adultos. O primeiro grupo é formado por adultos e idosos que viveram em uma época em que o acesso ao ensino era mais restrito, na maioria dos casos, foram crianças e jovens que começaram a trabalhar muito cedo para ajudar no sustento de suas famílias ou ficavam cuidando da casa para os pais trabalharem. O outro grupo é formado por jovens e adultos que abandonaram a escola devido a fatores extraescolares como a pobreza e a necessidade de trabalhar assim como meninas que muito cedo engravidaram e abandonaram a escola, e fatores escolares, ou seja, devido a uma trajetória escolar com muitas reprovações que favorecia a falta de estímulos levando-os a abandonarem a escola. Diante desse quadro, nosso maior desafio era, além de convencê-los a matricularem-se, mantê-los frequentando diariamente as aulas com interesse, alguns depois de um dia cansativo de trabalho. As aulas deviam atender as diversas expectativas trazidas por diferentes públicos.

PAULO FREIRE - EJA

As contribuições de Paulo Freire para a Alfabetização de Jovens e Adultos








Muito bom este trecho do vídeo do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do MEC, no qual especialistas como Emilia Ferreiro, José Eustáquio Romão, Vera Barreto e Vera Masagão comentam como o trabalho de Paulo Freire contribuiu para o desenvolvimento da teoria e da prática da Alfabetização de Jovens e Adultos.
Considero importante compartilhar.

EDUCAR LETRANDO. UM ATO POLÍTICO E LIBERTÁRIO


Trabalho em grupo de Carine Dias Soares, Jaqueline Lemos, Jaqueline Rosa e Luciana Arcos


Educar Letrando. Um ato político e libertário
A psicogênese da escrita trouxe novas reflexões a respeito da alfabetização, já que a partir disso passou-se a reconhecer que cada criança está em um nível de alfabetização e isso nos permite enquanto professores a pensar em estratégias para que esse aluno avance.
Para tanto, faz-se necessário que o trabalho a ser desenvolvido com o educando seja contextualizado, tendo como referencial o protagonismo do aluno diante da sua realidade, e dos elementos intrínsecos ao seu cotidiano enquanto sujeito. É o aluno que vai nos mostrando o caminho que devemos seguir para que a sua alfabetização seja também letramento e assim libertária.
Enquanto professores devemos ter a consciência que educar é um ato político e transformador, logo o objetivo da alfabetização deixa de ser “o aprendizado de técnicas do ler e do escrever, para alfabetização como tomada de consciência, como meio de superação de uma consciência ingênua e conquista de uma consciência crítica” SOARES,2007.
Paulo Freire responde através de uma carta a pergunta: para que alfabetizar? “[...] para que as pessoas que vivem numa cultura que conhece as letras não continuem roubadas de um direito –o de somar à ‘leitura’ que já fazem do mundo a leitura da palavra, que ainda não fazem”.

Se continuarmos desprezando a bagagem de conhecimentos que o aluno traz para a escola, continuaremos pensando que a Educação de Jovens e Adultos é uma extensão da alfabetização dos anos iniciais, e assim continuaremos tratando de forma infantilizada essa modalidade de ensino que tem como alunos adultos com um universo riquíssimo a ser explorado, o que os afastará da escola, deixando de cumprirmos nosso papel, que é político e social.
Segundo Giroux, a alfabetização funcional está ligada a perpetuação de um sistema de adequação da escola ao mercado, mantendo uma relação de opressão da ordem econômica ou da preservação de uma ideologia que mantém uma tradição ocidental unitária.
 Já a alfabetização crítica está vinculada ao empoderamento político, pois foi arquitetada ideologicamente como uma construção histórica, política e social ligada à emancipação social e cultural, não só do indivíduo como do grupo.  Para Paulo Freire este empoderamento é um ato social e político que acaba por refletir na conscientização do indivíduo quanto a sua liberdade.
Dentro do discurso dominante o analfabeto é tratado como uma moeda de troca para a legitimação desta divisão da sociedade entre os que idealizaram a produção e aqueles que efetivamente produzem. E o analfabetismo não é somente a falta do saber ler e escrever, mas também a privação cultural. Paulo Freire nos dirá que o analfabetismo é uma injustiça social e por isso alfabetizar não é somente ensinar a ler e escrever, mas principal e fundamentalmente este é um processo de reflexão crítica sobre o ler e o escrever, sobre o significado da linguagem, e estes saberes tornar-se-ão instrumentos da sua libertação desta injustiça social.
Tendo por base a Pedagogia de Paulo Freire, Giroux ressalta a importância da conscientização do professor e do aluno quanto ao seu papel nesta relação: de troca, de diálogo e de construção conjunta do conhecimento. Freire deixou claro em sua teoria que o diálogo entre professor e aluno é que conduzirá a prática alfabetizadora e que, também, através desta construção que a alfabetização se dá, não como um decodificar da palavra escrita e sim através e a partir da compreensão de mundo, das relações entre o que se aprende e a contextualização com a sua realidade, seja ela expressa no passado, no presente e visando o futuro. Só assim este educando será capaz de “realmente” ser alfabetizado, se tornando sujeito da sua própria alfabetização: um ser pensante, com consciência.
Para Gramsci, a alfabetização pode ser usada para duas situações opostas, uma para o empoderamento do indivíduo e uma outra para continuar a contribuir em uma relação de repressão e dominação, com isso a alfabetização se torna um campo de luta. Em alguns discursos liberal e de direita, como por exemplo, nos Estados Unidos, temos os interesses econômicos se mantendo como uma tradição dominante em que o mais importante é o profissional que apresenta uma certificação.
No entanto precisamos considerar que alfabetizar, não tem relação apenas com a habilidade de saber ler e escrever, mas também com a consciência do indivíduo de saber seu lugar no mundo e se descobrir como participante dele. Conforme é indicado, no Dicionário de Paulo Freire, em que se identifica alguns pontos para a alfabetização (Location Kindle 655-665).
• A alfabetização é um ato de conhecimento, de criação e não de memorização mecânica.
• Os(as) alfabetizandos(as) são sujeitos do e no processo de alfabetização.
• A alfabetização deve partir do universo vocabular, pois deste retiram-se os temas.
• Compreender a cultura enquanto criação humana, pois homens e mulheres podem mudar através de suas ações.
• O diálogo é o caminho norteador da práxis alfabetizadora.
• Leitura e escrita não se dicotomizam, ao contrário, se complementam e, se combinadas, o processo de aprendizagem fará parceria com a riqueza da oralidade dos(as) alfabetizandos(as).

Em uma alfabetização democrática, o alfabetizador dialoga com o alfabetizando de uma forma que o conhecimento seja contextualizado no olhar às situações concretas, que muitas vezes em se biografando é que nós nos reconhecemos como sujeitos no mundo.
Com isso podemos entender que as várias formas de luta mudam no transcorrer da história, se transformam. Sendo assim entender o educando e acolhendo o que trazem, seus saberes e vivências para o ambiente escolar, também é uma forma de atuar. Ao mesmo tempo em que se faz necessário envolver a comunidade escolar de modo que essa se torne atuante nas decisões dos projetos relacionados à escola.


  


Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo; MACEDO, Donald. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. Arquivo Kindle.
STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Orgs.). Dicionário Paulo Freire. 2. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. Arquivo Kindle.
VIEGAS, Ana Cristina Coutinho; DE MORAES, Maria Cecília Sousa. Um convite ao retorno: relevâncias no histórico da EJA no Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, [S.l.], p. 456-478, apr. 2017. ISSN 1982-5587. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8321/6361>. Acesso em: 08 apr. 2018. doi: https://doi.org/10.21723/riaee.v12.n1.7927.

CONCEITOS E FUNÇÕES DA EJA





A EJA é uma modalidade de ensino com diferenciais tanto na metodologia como na duração e estrutura que se destina a jovens e adultos que por vários motivos não puderam realizar seus estudos na idade certa. É função da EJA, propiciar a estes jovens e adultos oportunidades de ensino que se adequem as suas especificidades tanto educacionais como sociais que tem três funções básicas:

- Função reparadora: visa a restauração dos direitos civis e da cidadania, bem como reparar o direito que foi negado, a uma escola de qualidade, ao acesso a um bem legítimo, social e representativo, a estes jovens e adultos.

- Função equalizadora: visa equilibrar e respeitar a existência da diversidade, garantindo a todos a oportunidade para eliminar estas desigualdades possibilitando a entrada do sistema educacional bem como garantir seus direitos às políticas publicas e o exercício da sua cidadania, pois a educação é direito de todos.

- Função qualificadora: visa a qualificação de vida para todos, onde seus conhecimentos sejam atualizados pela vida toda, potencializando seu desenvolvimento e para isso foi criado um modelo e uma prática pedagógica que incluam as estratégias que valorizem a experiência de vida destes jovens e adultos.

MEMÓRIAS DA TECNOLOGIA NA ESCOLA





Este texto foi realizado em grupo por  Carine Dias, Jaqueline Rosa e Luciana Arcos

Desde o nascimento convivemos com tecnologias, porém a partir do século XX vem se intensificando o uso das tecnologias na sala de aula para atender as necessidades dos alunos contribuindo com o desenvolvimento das suas aprendizagens. Antes disso, por volta de mil novecentos e sessenta houve uma inserção tecnológica nas escolas que nesse período seguiam o Modelo Tecnicista onde o objetivo era ter mão de obra qualificada para o mercado de trabalho que nesse período precisava de pessoas com conhecimentos específicos de acordo com as tecnologias da época, de modo que cabia ao professor apenas aplicar os manuais e ao aluno o papel de receptor de todas as instruções. 

Com muitos dos recursos tecnológicos criados, principalmente a partir da segunda guerra mundial a população passou a ter mais acesso as tecnologias, o que acabou acarretando a transformação das relações socioeconômicas da sociedade. Se analisarmos a trajetória histórica de formação de nosso território brasileiro, temos na década de 40 e 50 uma economia predominantemente rural e a população na sua maioria analfabeta, então um dos recursos utilizados para se erradicar o analfabetismo foi o rádio, necessitando de um monitor e um espaço para conduzir as atividades propostas. Com o Movimento de Educação de Base, na década de 60, temos ações do Governo Federal em conjunto com a Igreja Católica, alguns alunos secundaristas e pessoas das próprias comunidades para a difusão destas ações. 

Na sequência temos a utilização da televisão como meio de difundir o acesso ao conhecimento com objetivo de suprir a lacuna deixada pelo ensino básico para grande parte da população, bem como um instrumento de fortalecimento dos valores e costumes ditando normas e regras sociais. 



Já os computadores, chegaram na década de 70, com o incentivo das universidades e atualmente são instrumentos indispensáveis à população e em todos os setores, propiciando um ambiente de dimensão virtual e com todas as potencialidades, seja da linguagem oral e/ ou escrita. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação o sujeito está mais próximo das informações desejadas, em um ambiente mais dinâmico e interativo, podendo ter acesso à chats, fóruns, livros, ou seja, uma gama infinita de informação ao alcance de um clic. 

Ao confrontar nossas linhas de tempo, fica evidente a influência do período histórico no qual cada uma de nós iniciou sua vida escolar, ainda assim foi possível encontrar elementos que persistiram ao tempo e continuam sendo importantes para o nosso processo de aprendizagem enquanto instrumento funcional ou recurso pedagógico. 

Nossas lembranças escolares da infância nos remeteram a tecnologias que otimizavam o processo de aprendizagem, mas não havia por parte do professor a intencionalidade pedagógica por parte do professor. 

Hoje acreditamos que o nosso papel enquanto educadores é oportunizar aos nossos alunos o uso de novas tecnologias na busca de informações e construção do conhecimento, trazendo para a sala de aula recursos que já são utilizados no cotidiano, estimulando-os a pensar, estruturar suas ideias, elaborar hipóteses, satisfazer suas curiosidades e sentir prazer na realização das atividades e na obtenção dos objetivos pretendidos, ou seja há uma intencionalidade pedagógica na utilização de cada recurso tecnológico. 

Frente a esse avanço tecnológico que transforma tanto o nosso cotidiano como a nossa sala de aula, nosso maior desafio é acompanhar o tempo dos nossos alunos que estão anos luz a nossa frente nesse universo tecnológico, bem como ensiná-los a fazer uso de todas essas ferramentas para fins de aprendizagem, pois independente da época e em todos os tempos o mediador é o educador, e a ele cabe a tarefa de apropriar-se das inovações a fim de utilizá-las na promoção e qualificação das situações de aprendizagem. 







Referências Bibliográficas 

BARRETO, R. G. Tecnologia e Educação: trabalho e formação docente. Revista Educação & Sociedade, Campinas, Vol. 25 nº 89, Set/Dez 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22617.pdf> Acesso em 16 abr 2018. 

BORGES, Débora R. A Utilização do Rádio no Movimento de Educação de Base em Mato Grosso. 36ª Reunião Nacional da ANPEd, Goiânia, Set/out 2013. Disponível em: <http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt02_3222_texto.pdf> Acesso em 16 abr 2018. 

NASCIMENTO, AD., and HETKOWSKI, TM., orgs. 

Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, 400 p. ISBN 978-85-232-0565-2. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/jc8w4/pdf/nascimento-9788523208721-07.pdf> Acesso em 16 abr 2018. 

A história da tecnologia na educação: do quadro de giz à realidade virtual 


Papel e a contribuição social da TV pública 


SOBRE O TEXTO "O MENININHO" DE HELEN BUCKLEY





Lendo o texto: " O Menininho " de Helen Buckley confesso que senti uma tristeza muito grande ao mesmo tempo que comecei a  refletir muito sobre a minha prática pedagógica.  A autora mostra o quanto a escola pode podar o entusiasmo, a criatividade  e o senso crítico e reflexivo das crianças. E tudo isso para manter a disciplina  e a ordem na sala de aula com  tantas crianças.

Ao entrar na escola pela primeira vez a criança depara-se com um mundo completamente novo fora do seu ambiente , chega cheia de curiosidade e expectativas e infelizmente muitas vezes o resultado é frustrante ,o resultado  da vivência na  escola é a acomodação e a aceitação de tudo sem reflexões ou questionamentos, como a autora mostra no texto:
" ... o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora. ""...ele não fazia mais as coisas por si próprio ...”  
O menininho cresceu mais um pouco e mudou de escola, mas não sabia mais desenhar, estava condicionado aquela prática da cópia exigida por sua primeira professora  e quando teve a oportunidade de expressar sua criatividade, desenhou uma flor vermelha com o caule verde,  exatamente  como sempre havia desenhado tal qual como a antiga professora havia ensinado e ensinado como correto e  bonito.
Esse texto escrito de forma simples e clara me fez refletir sobre como os primeiros anos da Educação Infantil é importante  para a criança sempre quando  não aconteça  a mesma coisa que aconteceu com o menininho. Devemos desenvolver na criança a capacidade deles observarem, pensarem, serem críticos e criativos.

REFLETINDO SOBRE A AVALIAÇÃO



No meu entendimento , a avaliação deve ser um processo diário de observação de cada criança em especial, onde poderemos através da convivência detectar avanços ou retrocessos no desenvolvimento da criança individualmente e no convívio com o grupo.
 LUCKESI, 2005, p.172, escreveu : "Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que  a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o  primeiro e excluindo o segundo"
Lendo essa citação reflito sobre as práticas de avaliações que já presenciei em algumas escolas, tanto de meus filhos como nas que trabalhei. Sabemos que a avaliação não deve ser um julgamento separando quem aprende e quem não aprende pois sabemos que todos aprendemos  alguma coisa, sempre. A questão é observar para conhecer cada aluno individualmente com suas especificidades e poder relatar o quanto a aprendizagem nessa criança está desenvolvendo-se adequadamente ou não mas nunca com o intuito de distingui-las nem tampouco excluí-las o que , infelizmente na prática, acontece em algumas escolas. Os que não conseguem aprender aquilo especificamente que está sendo avaliado, é penalizado com uma reprovação , sendo assim excluídos do grupo.
Na Educação Infantil a criança está constantemente evoluindo e nos surpreendendo com novas aprendizagens a cada dia, então faz-se necessário anotar suas evoluções diárias  para acompanhar o seu desenvolvimento. Ao final de cada semestre fazemos um parecer descritivo para entregar as famílias para que estas possam acompanhar os avanços no desenvolvimento  afetivo, motor e cognitivo de seus filhos.