domingo, 21 de janeiro de 2018

MÉTODO CLINICO EM DUAS FASES



O  método clínico de Piaget é um teste de investigação do pensamento da criança. Através dele podemos observar como a criança percebe o meio e age sobre ele. Podemos observar como ela pensa, como assimila e  organiza as informações para construir o conhecimento.
Fazendo as atividades no período de recuperação e sem alunos,  resolvi procurar um vídeo feito por minha filha Manuela em 2013 quando ela estudava, no qual, ela aplica o método clínico no meu filho Santiago, na época com 6 anos. Observei que ela faz as perguntas um tanto ansiosa pelo resultado das perguntas mas ele sempre responde com convicção dentro do que ele vê e pensa ser o certo. 
Nesse primeiro vídeo, Santiago está no período pré-operatório. 
Nessa fase a criança não tem noção de conservação como podemos ver através do teste, ele afirma que a quantidade de água não é a mesma nos copos diferentes pois não possui a noção de conservação do líquido quando esse é transportado de um copo pequeno para um maior.





Resolvi fazer o mesmo teste com ele , agora com 11 anos, já no período operatório concreto  e podemos ver que ele responde com segurança tendo claramente  a noção de que a quantidade do líquido é a mesma não importando o tamanho do copo.



SETE SABERES ...ERRO E ILUSÃO





Sete Saberes é um livro,  escrito por Edgar Morin, que reúne um conjunto de reflexões com a intenção de servir de ponto de partida para os educadores repensarem a educação no século XXI.
No primeiro capítulo do livro , As cegueiras do conhecimento, o autor   aborda o Erro e a Ilusão e desenvolve os porquês desses erros e ilusões como pertencentes no desenvolvimento do conhecimento, partindo sempre da ideia  de que todo conhecimento comporta o risco do erro e  da ilusão, e que estes estão presentes desde o surgimento do Homo Sapiens.

Achei muito interessante e destaco o parágrafo onde o autor faz uma relação entre o risco de erro com a afetividade quando ele diz que o sentimento (amor,raiva,amizade)podem-nos cegar, e complementa dizendo que no mundo humano, o desenvolvimento da inteligencia é inseparável  da afetividade e nessa estreita relação a capacidade de raciocinar pode ser diminuída ou até mesmo destruída pelo déficit de emoção propiciando ao erro. 
O desejo de ter e/ou incentivar um espaço escolar homogêneo realmente é uma  grande ilusão e  continuamos insistindo assim como insistimos em erros e ilusões sobre determinados conhecimentos visto que sempre levamos em conta como vivemos, opiniões que criamos e nossas vivências. A insistência do erro da cópia e da repetição com a ilusão de que nossos alunos aprendam mais facilmente , é um exemplo. Lamentavelmente somos ainda, professores doutrinados por um sistema tradicional.   
Penso que como professores não somos os detentores de todo saber e comumente  nos deparamos com erros, e estando suscetíveis a eles,  devemos preservar as trocas de informações e o diálogo com nossos alunos promovendo assim uma troca de conhecimentos, pois é certo que aprendemos muito com eles. 

ÉTICA


 Neste semestre um dos temas trabalhados em Filosofia foi a Ética. Depois de ler um texto e ver um vídeo creio que o foco do tema ética  é  o relacionamento interpessoal. Tudo o que pensamos, fazemos e como fazemos, individual e coletivamente reflete na sociedade em que estamos inseridos e infelizmente nossa sociedade  está cada vez mais individualista onde cada um visa seu próprio bem estar e o coletivo cada vez importando menos. E neste cenário creio ser importantíssimo o nosso papel de educador pois   a maioria das crianças  recebe essa formação ética, para viverem em sociedade, apenas na escola.
Eu, como educadora, acredito que posso contribuir na construção dessa sociedade ética, dando exemplo, fazendo aquilo que considero correto para mim e para o próximo, proporcionando aos meus alunos reflexões sobre atitudes que vivenciamos diariamente, auxiliando-os a pensar e analisar tais atitudes como positivas ou negativas  colocando-nos sempre no lugar do outro.





COLOCANDO EM PRÁTICA...

"O roteiro do vídeo sobre a história da Manu,feito e apresentado por nosso grupo na interdisciplina de Étnico Raciais, foi baseado em fatos reais que acontecem na maioria das escolas.  A temática do preconceito ainda muito atual  é necessária de ser discutida.
Embora a famílias e pais sejam conscientes  de suas origens e se reconheçam enquanto negros, pardos, brancos ou indígenas, ainda são necessárias ações que busquem a representatividade desses povos na política, nas mídias e na sociedade para que tenhamos políticas públicas que transformem a segregação social e o preconceito em empoderamento, igualdade e cidadania.
O cabelo crespo, cacheado, armado e volumoso da Manu é a mola que impulsiona cada um de nós a reflexão, debate e mudança de comportamento diante da desigualdade de direitos."
 
Esta apresentação do filme escrita por nosso grupo me faz refletir sobre minha prática com meus alunos. Este ano comecei a trabalhar com crianças de 2 e 3 anos no maternal de uma escola infantil e para aproximar-me melhor das crianças comecei a fazer o horário do salão de beleza que é depois da janta e antes deles irem embora. chegamos na sala e eu começo a fazer penteados para elas irem embora bonitas. No inicio era apenas para estabelecer um contato mais estreito com eles mas depois virou uma rotina que eles adoram e esperam ansiosos por esse momento. Notei como a auto estima de algumas meninas , tão pequenas ainda, melhorou pois não importa a cor ou o cabelo, todas vão maravilhosas para casa a ponto de que as famílias tinham dificuldade de desmanchar os penteados em casa pois as  crianças queriam seguir "lindas " até o outro dia. Este ano seguirei com o horário de Salão. 


DEFICIÊNCIAS E DIFERENÇAS



Neste vídeo Izabel Maior nos dá a entender que as diferenças e diversidades sempre existiram e que a luta dos portadores de deficiência sé , principalmente, pelo respeito às diferenças. Vale a pena assistir e refletir. 
Viemos de uma cultura de desconhecimento do outro não estando sempre dispostas a conhecer aquilo que não é espelho, ou seja, se não é igual a mim, não sei como é. A diferença quase nunca é valorizada e o que tentamos aprender é que não existe uma homogeneidade, nosso pensamento é muito atrasado ao imaginar que somos normais quando somos todos iguais e anormais(patológico) quando algo nos diferencia.
uma questão muito interessante que ela fala é que no momento em que algumas famílias ficam sabendo que terão ou que tiveram um filho com alguma limitação é natural que se assustem, o que não é natural é o profissional que lida com essa situação assuste essas famílias. E isso ainda acontece porque ainda há resistência a mudanças e a mudar de posição insistindo em acreditar que pessoas merecem rótulos. o que não nos damos conta é que esses rótulos geralmente inferioriza quem o carrega e então determinamos escalas de valores para essa pessoa.
Infelizmente essa questão está enraizada nas comunidades no ponto de vista que se são dependentes, não podendo fazer tudo por si mesmo e necessitando de cuidados especiais, será uma pessoa que trará despesas para o país o que é um pensamento equivocado pois essas pessoas merecem políticas públicas que lhes ofereçam saúde , educação, bem estar social, de acesso ao trabalho e a cultura.
Tive uma menina cadeirante de aluna por alguns meses e pude constatar que não é fácil. o acesso a sala de aula até que era fácil através de uma rampa mas era somente isso. o acesso á informatica , a biblioteca e até mesmo ao pátio do recreio era bastante complicado. não havia brinquedos  adaptados na pracinha  e nem um profissional capacitado para assegurar a sua segurança física, mas a escola se dizia capacitada para receber alunos cadeirantes apenas por um rampa de acesso à sala de aula.
Vale a reflexão para uma abertura de nossas mentes.

REFLETINDO SOBRE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS


Minha primeira experiência com alunos com necessidades educativas especiais foi na EMEF Pessoa de Brum, onde trabalhei por seis anos. Lá lidei com algumas situações em que o preconceito se fez presente e presenciei o paradigma dos rótulos, tanto das crianças com laudo como das crianças sem laudo, tanto por parte dos alunos como dos professores. Penso que quando temos um aluno com deficiência devemos olhar muito mais para as suas possibilidades do que para as suas dificuldades, pois a partir do que ele consegue fazer, conseguiremos estimulá-lo a desenvolver novas habilidades e buscar a superação das suas dificuldades.
Associar deficiência com incapacidade é inadmissível diante dos exemplos de superação que vemos todos os dias. Um exemplo disso são as paraolimpíadas onde atletas com diversas limitações participam de competições esportivas onde muitas vezes superam o tempo recorde de um atleta olímpico.
Penso que tudo vai da maneira como enxergamos nossos alunos, e que parâmetros usamos para avalia-los. Para mim cada aluno é parâmetro de si mesmo e procuro desenvolver atividades que oportunizem o seu desenvolvimento de modo que o mesmo possa ser avaliado como um todo e sem comparações.
Este ano terei um aluno autista em minha turma e já estou lendo muito a respeito e me preparando.
Não devemos pré-julgar a incapacidade pois estaremos limitando nosso trabalho com esses alunos de forma superficial, já que este não vai aprender e nem se desenvolver em virtude das suas limitações, mas se nos propusermos uma adaptação daquilo que temos e do que conhecemos estaremos apostando no aluno, estaremos nos preocupando em contribuir para o seu desenvolvimento tanto cognitivo, como social, psicomotor, afetivo e emocional.

Nós professores temos um papel fundamental na formação dos nossos alunos sejam eles NEE´s ou não.

sábado, 20 de janeiro de 2018

PENSANDO SOBRE...








No filme " O líder da classe", logo de assistir, pude refletir como a falta de conhecimento leva ao preconceito, como nos acomodamos, muitas vezes,em não ir a fundo por informações e conhecimento do problema ou limitação de nossos alunos especiais. Permanecemos naquela zona de conforto de apenas detectar que a criança é diferente mas não fazemos nada realmente significativo para fazer a diferença na vida delas. falo isso porque sou bastante crítica em relação a mim mesmo e no meu caso me sinto pertencente a esse grupo de educadoras que de alguma maneira ainda não desenvolve um bom trabalho inclusivo. Para isso estou estudando e querendo melhorar a minha prática o que também me faz pensar na importância da formação para os professores. Somos muito boas em várias práticas do dia a dia na educação mas realmente é preciso adquirir  constantemente conhecimentos para que verdadeiramente a educação se transforme.

À SOMBRA DESTA MANGUEIRA







Freire no texto de seu livro “À sombra desta mangueira”, trabalha a questão da dialogicidade procurando compreender o seu fundamento e não simplesmente descrevendo o perfil de seu conceito epistemológico. O autor se refere a dialogicidade como uma prática fundamental tanto à natureza humana e a democracia quanto como uma exigência epistemológica.
A dialogicidade é para o educador uma forma primordial de se comunicar dentro desse nosso tempo onde sentimos cada vez mais a necessidade de aprofundara linguagem para acompanhara tecnologia nos mostrando novos significados sobre conceitos de tempo e espaço.
Como educadores devemos estar abertos a reconhecer a nossa incompletude e assim buscar constantemente renovar-nos em busca do novo, procurando sempre mais ir além. E é através do diálogo que o professore desperta o interesse pelo conhecimento do novo.
Quando na prática o professor valoriza o conhecimento do aluno e permite que ele seja também um protagonista de seu espaço, está propondo trocas de informações e assim, o conhecimento circula fazendo com que as mudanças de vivências aconteçam.
E é nessa relação dialógica entre professor e aluno é que se encontra o dialogo no seu sentido de comunicação, entendimento, trocas, afastando assim, o fantasma da educação autoritária.

Na educação dialógica, o conhecimento é construído por educadores e alunos numa relação de troca onde ambos ensinam e ambos aprendem.

IMPACTO DAS REDES SOCIAS








Neste vídeo, Leandro Karnal nos incita uma reflexão sobre a comunicação e o impacto que as redes sociais exercem em nossas vidas e destaca  um fator que observo e vivencio com a geração de meus filhos e meus alunos que é de viverem muitas experiências quase que somente virtual. 
Me identifico quando ele diz que foi educado que o contato ao vivo é melhor que o intermediado por uma máquina mas que a geração atual não vê muita diferença entre o contato e a intermediação.  
Questionado sobre a ajuda que as redes sociais exercem no relacionamento entre os indivíduos facilitando a comunicação Karnal  faz um relação entre o positivo e o negativo quando diz que a expansão dessa comunicação é positiva pois somos uma espécie que se comunica muito porém diz ser um "defeito" dessa nova forma de "contato sem o contato real" o fato de ser auto centrada, ou seja, se não gosto do que escreves simplesmente te bloqueio.O sujeito exerce seu Narciso inteiramente sem o risco de ouvir nada que lhe desagrade e sem enfrentamento físico. Como exemplo cita que ao vermos um leão podemos deletá-lo e não enfrentá-lo.

FASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO - PIAGET







Segundo a Teoria de Piaget  o sujeito constrói o conhecimento através de estágios ao longo de sua vida. São quatro os estágios do desenvolvimento cognitivo segundo Piaget:
*Sensório motor de zero a dois anos onde o desenvolvimento dá-se a partir de percepções sensoriais, experimentação, descoberta e noção do meio.
*Pré operatório de dois a sete anos onde começam as representações e esquemas simbólicos, acontece o desenvolvimento da linguagem e realidade e fantasia se confundem.
*Operacional concreto de sete a doze anos onde a criança inicia a escola e começa a raciocinar logicamente solucionando problemas mentalmente. Inicia a autonomia e começa a pensar antes de agir.
*Operacional formal de doze anos em diante onde a criança, já adolescente, desenvolve o pensamento formal e o raciocínio lógico.
Para Piaget o conhecimento se constrói através de processos de assimilação e acomodação, ou seja, incorporando novas informações a conhecimentos já existentes e mudando uma estrutura existente incluindo novas informações.

MODELOS EPISTEMOLÓGICOS






Em Psicologia nos foi proposta uma atividade de leitura e preenchimento e comparação de um quadro com os modelos epistemológicos. Esta atividade me fez refletir sobre a minha prática e qual metodologia venho utilizando em minhas turmas. Enquanto tinha turmas de educação infantil posso dizer que estava mais voltada a um modelo construtivista onde as crianças construíam suas aprendizagens e desenvolviam o conhecimento através de uma interação com o mundo, assim como as regras de convivência eram estabelecidas pelo grupo e eu servia de mediadora, aprendendo muito com eles. Mas na minha escola enquanto trabalhei com crianças maiores e vendo meus colegas , também posso dizer que o modelo usado não é apenas construtivista e sim uma mistura de todos. Ainda exigimos uma disciplina mais rígida , as aulas muitas vezes são expositivas e nossos alunos maiores estão sentados em carteiras enfileiradas esperando que o professor entre e exponha o conteúdo, muitas vezes agimos como se apenas nós , professores, detemos o conhecimento enquadrando-nos em um modelo empirista. Também muitas vezes deixamos nossos alunos livres para fazerem o que querem como no modelo apriorista. O bom dessa atividade é que através da leitura e do quadro pude comparar e refletir como estou trabalhando. 

AFETO FAMILIAR


https://pedagogiaaopedaletra.com/a-importancia-do-meio-familiar-no-processo-de-aprendizagem-da-crianca/







A necessidade do afeto familiar no processo de aprendizagem da criança em idade escolar assim como no processo de desenvolvimento de sua personalidade, creio ser indiscutível e extremamente importante. Entendo por afeto todo sentimento de carinho, atenção e respeito e refletindo sobre isso me vem a preocupação lembrando de alguns alunos que já tive durantes esses anos e que ainda acompanho de alguma maneira seu desenvolvimento e inevitávelmente  faço algumas comparações entre aqueles que têm esse afeto familiar e o que infelizmente não têm. O resultado já mostra os caminhos para cada um será levado.

MINHA FAMÍLIA É COLORIDA

Minha família é colorida é um livro muito bom para trabalhar a temática da diversidade étnica racial existente em nosso país.





Gosto muito de trabalhar com esse livro porque ele mostra as diferenças contando a história de um menino que percebe que nem todos os integrantes de sua família são da mesma cor e possuem o mesmo tipo de cabelo, então sua mãe lhe apresenta a história de sua família e como  foi a união de seus antepassados, homens e mulheres com características diferentes que foram tendo filhos também com características distintas. A história ajuda a refletir sobre a questão da educação para a diferença mostrando que assim como a família do menino, o mundo também está repleto de diversidades.

MANU O FILME


            Esse vídeo foi feito pelo meu grupo ( Jaqueline Rosa,  Carine Dias e eu), para a Interdisciplina de Étnico-raciais.Utilizamos a temática do preconceito enquanto mudança de comportamento e a técnica foi de desenho no programa de animação Movie Maker. Os desenhos são de autoria de Carine Dias.






Esse vídeo conta a história de uma menina que ao entrar na escola, sente a necessidade de se transformar para se sentir incluída. Essa história poderia ter acontecido comigo, com você, com seus filhos , seus alunos...

REFLEXÃO SOBRE AFETIVIDADE

Questiono e defendo muito a importância da afetividade na aprendizagem tanto na relação aluno -professor, quanto com a família.
Vejamos o que Piaget diz sobre afetividade:
"É  indiscutível que o afeto tem um papel essencial no funcionamento da inteligência. Sem o afeto não haveria nem interesses, nem necessidades, nem motivação; em consequência , as interrogações ou problemas não poderiam ser formulados e não haveria inteligencia. O afeto é uma condição necessária para a construção da inteligência. No entanto, em minha opinião, não  é uma condição suficiente"( Piaget, 1962/1994,p129) 
Piaget expressa claramente que acredita em uma relação e dependência entre afetividade e inteligência.
Na minha opinião a afetividade deve estar sempre presente no processo de ensino aprendizagem, não importando qual a idade do educando mas principalmente na infância e na adolescência. Ela  facilita a aprendizagem, permitindo que o professor torne-se apenas mediador e construa juntamente com o aluno limites necessários para a compreensão de seus direitos e deveres e assim tornem-se indivíduos completos, questionadores, pesquisadores, capazes de enfrentar o mundo a sua volta, preparados profissional e socialmente.