sexta-feira, 29 de junho de 2018

A HISTÓRIA DA EJA NO BRASIL




A partir da linha de tempo da EJA no Brasil é possível contextualizar historicamente essa modalidade de ensino, de modo a compreender a sua importância social e política na formação de indivíduos que ainda são tidos como um sub grupo social.

Segundo a Declaração de Hamburgo datada de 2007 “ A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como uma plena participação na sociedade”. (UNESCO, 1997, p.1)

A alfabetização de jovens e adultos é muito mais que a aprendizagem da leitura e da escrita, mas o resgate da cidadania, da autoestima e da autonomia desses indivíduos que ao retornarem para a sala de aula, conquistam o direito ao exercício pleno do seu papel político e social.


1854: Primeira escola noturna, criada para alfabetizar os trabalhadores analfabetos com o objetivo de atender as necessidades da coroa.


1874
: Já existiam 117 escolas.


1887-1897: A educação foi considerada como redentora dos problemas da nação. Houve a expansão da rede escolar, e as “ligas contra o analfabetismo”,


1934: Criação do Plano Nacional de Educação. É dever do Estado o ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito constitucional.


1942: Criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A educação profissional passa a ser vislumbrada como importante veículo para que os cidadãos tenham acesso às conquistas tecnológicas da sociedade. É nesse momento que a qualificação profissional passa a se instituir dentro da EJA. Nesse período aproximadamente 50% da população era analfabeta.


1947: Realização do 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos.


1949: Seminário Interamericano de Educação de Adultos.


1958 a 1964: Foram marcados por ações em que “a educação de adultos era entendida a partir de uma visão das causas do analfabetismo, como uma educação de base. É a educação conscientizadora proposta por Paulo Freire. O trabalho do Centro Popular de Cultura (CPC) criado pela UNE (União Nacional dos Estudantes)


1964: Plano Nacional de alfabetização (PNA)


1965: Cruzada Ação Básica Cristã (ABC), de caráter conservador e semioficial.


1967: O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e a Cruzada ABC. Movimentos com o fim básico de controle político da população, através da centralização das ações e orientações, supervisão pedagógica e produção de materiais didáticos.


1971: Regulamentado o Ensino Supletivo que tinha a proposta de reposição de escolaridade, o suprimento como aperfeiçoamento, a aprendizagem e qualificação sinalizando para a profissionalização.


1985 :É extinto o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). No seu lugar criada a Fundação EDUCAR, com as mesmas características do MOBRAL, porém sem o suporte financeiro necessário para a sua manutenção.


1990: Extinta a Fundação EDUCAR. E surge o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) que dura somente um ano. Neste período ocorre a descentralização política do EJA, que passa a responsabilidade aos municípios.


1996: O artigo 37 da LDB diz que o EJA esta destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade na idade própria.


1997: Surge o Programa de Alfabetização Solidária (PAS)


2003: Foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, que propunha a erradicação do analfabetismo e também a inclusão social.




A linha de tempo foi realizada com as colegas Carine Dias, Jaqueline Lemos e Jaqueline Rosa na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos.

SUJEITOS DA EJA




A EJA é uma modalidade de ensino diferente, pois trabalhar com sujeitos diferentes, sujeitos esses que já tem uma apropriação do mundo, mesmo, que ainda não tenha uma apropriação da palavra. 

Posto diante do mundo, o homem estabelece uma relação sujeito - objeto da qual nasce o conhecimento, que ele expressa por uma linguagem. Esta relação é feita também pelo analfabeto, o homem comum. A diferença entre a relação que ele trava neste campo e a nossa é que sua captação do dado objetivo se faz pela via preponderantemente sensível. A nossa, por via preponderantemente reflexiva. Deste modo surge a da primeira captação de compreensão preponderantemente “mágica” da realidade da realidade. Da segunda, uma compreensão preponderantemente critica. (FREIRE, 1983, p. 67)

Nesta linha de pensamento, Freire diz que esse sujeito, especificamente analfabeto, da EJA, , é um ser que já tem sua cultura e não é um objeto a ser moldado pela educação, neste momento  compreendemos que devemos pensar na alfabetização a partir de  um contexto já vivenciado pelos mesmos 

Na escola onde trabalhei por 6 meses com a EJA pude constatar que são jovens e adultos trabalhadores ou não que não iniciaram ou não concluiram os estudos na época certa. São adolescentes que repetiram muitas vezes ficando fora da idade. São adultos mais velhos que não tiveram oportunidade de estudar devido as condições de vida e atraves da oportunidade do estudo buscam aprendizado, querem aprender a ler e escrever assim como adquirir mais conhecimentos do mundo. Desejam se socializarem , fazerem parte do mundo atual onde possam usar  ferramentas  como computadores , celulares, internet. Eles sonham em concluir os estudos para sentirem-se inseridos na sociedade.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

MEMÓRIAS DA TECNOLOGIA NA ESCOLA


Trabalho de Teconologias  em grupo que considero importante postar:

Desde o nascimento convivemos com tecnologias, porém a partir do século XX vem se intensificando o uso das tecnologias na sala de aula para atender as necessidades dos alunos contribuindo com o desenvolvimento das suas aprendizagens. Antes disso, por volta de mil novecentos e sessenta houve uma inserção tecnológica nas escolas que nesse período seguiam o Modelo Tecnicista onde o objetivo era ter mão de obra qualificada para o mercado de trabalho que nesse período precisava de pessoas com conhecimentos específicos de acordo com as tecnologias da época, de modo que cabia ao professor apenas aplicar os manuais e ao aluno o papel de receptor de todas as instruções.

Com muitos dos recursos tecnológicos criados, principalmente a partir da segunda guerra mundial a população passou a ter mais acesso as tecnologias, o que acabou acarretando a transformação das relações socioeconômicas da sociedade. Se analisarmos a trajetória histórica de formação de nosso território brasileiro, temos na década de 40 e 50 uma economia predominantemente rural e a população na sua maioria analfabeta, então um dos recursos utilizados para se erradicar o analfabetismo foi o rádio, necessitando de um monitor e um espaço para conduzir as atividades propostas. Com o Movimento de Educação de Base, na década de 60, temos ações do Governo Federal em conjunto com a Igreja Católica, alguns alunos secundaristas e pessoas das próprias comunidades para a difusão destas ações.

Na sequência temos a utilização da televisão como meio de difundir o acesso ao conhecimento com objetivo de suprir a lacuna deixada pelo ensino básico para grande parte da população, bem como um instrumento de fortalecimento dos valores e costumes ditando normas e regras sociais.

Já os computadores, chegaram na década de 70, com o incentivo das universidades e atualmente são instrumentos indispensáveis à população e em todos os setores, propiciando um ambiente de dimensão virtual e com todas as potencialidades, seja da linguagem oral e/ ou escrita. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação o sujeito está mais próximo das informações desejadas, em um ambiente mais dinâmico e interativo, podendo ter acesso à chats, fóruns, livros, ou seja, uma gama infinita de informação ao alcance de um clic.

Ao confrontar nossas linhas de tempo, fica evidente a influência do período histórico no qual cada uma de nós iniciou sua vida escolar, ainda assim foi possível encontrar elementos que persistiram ao tempo e continuam sendo importantes para o nosso processo de aprendizagem enquanto instrumento funcional ou recurso pedagógico.

Nossas lembranças escolares da infância nos remeteram a tecnologias que otimizavam o processo de aprendizagem, mas não havia por parte do professor a intencionalidade pedagógica por parte do professor.

Hoje acreditamos que o nosso papel enquanto educadores é oportunizar aos nossos alunos o uso de novas tecnologias na busca de informações e construção do conhecimento, trazendo para a sala de aula recursos que já são utilizados no cotidiano, estimulando-os a pensar, estruturar suas ideias, elaborar hipóteses, satisfazer suas curiosidades e sentir prazer na realização das atividades e na obtenção dos objetivos pretendidos, ou seja há uma intencionalidade pedagógica na utilização de cada recurso tecnológico.

Frente a esse avanço tecnológico que transforma tanto o nosso cotidiano como a nossa sala de aula, nosso maior desafio é acompanhar o tempo dos nossos alunos que estão anos luz a nossa frente nesse universo tecnológico, bem como ensiná-los a fazer uso de todas essas ferramentas para fins de aprendizagem, pois independente da época e em todos os tempos o mediador é o educador, e a ele cabe a tarefa de apropriar-se das inovações a fim de utilizá-las na promoção e qualificação das situações de aprendizagem.


Carine Dias, Jaqueline Rosa e Luciana Arcos





MODELOS PEDAGÓGICOS, MODELOS EPISTEMOLÓGICOS

Leituras bastante relevantes sobre os modelos de que nos fala o professor Fernando Becker.

Primeiro modelo: Pedagogia Diretiva 

O professor  acredita que o conhecimento pode e deve ser transmitido para o aluno. Ele acredita no mito da transmissão do conhecimento - do conhecimento como forma ou estrutura; não só como conteúdo.

Esta ação do professor é legitimada por uma epistemologia,EMPIRISMO, segundo a qual o sujeito é totalmente determinado pelo mundo, pelo objeto ou pelos meios físico e social. 

O professor ensina e o aluno aprende, somente ele pode produzir algum novo conhecimento no aluno, ele pensa que seu aluno aprende apenas quando ele ensina, não levando em conta sua bagagem anterior  e sua capacidade de construir sua própria aprendizagem.


Segundo modelo:Pedagogia Não Diretiva:


 O professor é um auxiliar do aluno, um facilitador, como diz Carl Rogers. O aluno já nasce trazendo uma bagagem de conhecimento que deverá apenas se desenvolver.
O professor deve interferir o mínimo possível e acredita que o aluno aprende por si mesmo, podendo ele, no máximo, auxiliar a aprendizagem do aluno. A epistemologia que fundamenta essa postura pedagógica é a apriorista.

"Apriorismo" vem de a priori, isto é, aquilo que é posto antes (a bagagem hereditária), como condição do que vem depois.

Essa mesma epistemologia, que concebe o ser humano como dotado de um saber "de nascença", admite também o ser humano desprovido da mesma capacidade ou seja, "deficitário". Mas esse déficit eles acreditam existir entre os miseráveis, os mal nutridos, os pobres, os marginalizados.

O professor é um facilitador da aprendizagem , o aluno traz consigo muitos conhecimentos, mas o professor não pode esquecer o que seria a característica fundamental de sua ação pedagógica: a intervenção no processo de construção da aprendizagem, construção esta que é de seu aluno.


Terceiro modelo: Pedagogia Relacional 


O professor acredita e o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar a sua ação. Ação é a prática, seu modo de pensar é a teoria.Engloba o que aprendemos de Piaget sobre sua epistemologia genética e também de Emília Ferreiro e outros educadores sobre o Construtivismo.


Construtivismo - O conhecimento não é dado como algo definitivamente pronto ou terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.Engloba o que aprendemos de Piaget sobre sua epistemologia genética e também de Emília Ferreiro e outros educadores sobre o Construtivismo.