quinta-feira, 5 de julho de 2018

INOVAÇÃO PEDAGÓGICA






Falar de inovação pedagógica é se referir a ação do professor , a uma nova ação, algo ainda não feito, é uma mudança, mas evidente, intencional e persistente. É a atitude, a maneira com que o professor vai se comportar diante do seu fazer pedagógico colocando-se como mediador e incentivador entre aprendiz e aprendizagem. Como colocar-se diante do seu aluno a fim de apresentar e transmitir seu conteúdo ajudando-o a coletar, relacionar, organizar e manipular informações, sempre com a intenção de melhorar a prática educativa levando-o a compreender a sua realidade na sociedade para ter  condições de mudá-la. A inovação está principalmente nessas ações de interferência, quando vemos o real (cultura) e o transcrevemos para o que pode existir, ou seja, “olhar o antigo com novos olhos”(Cunha, p. 12), em que muitas vezes pode estar aliado a estratégias que sejam arriscadas e até mesmo audaciosas de tentar inovações, para fazer o diferente frente ao nosso aluno.
















VYGOTSKY E A ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL




 Vygotsky  foi um dos primeiros a conceber a ideia que o desenvolvimento intelectual da criança decorre de interações sociais e das condições de vida das mesmas. Sua concepção sobre aprendizado vem da ideia que o homem é um ser social que se forma em contato com a sociedade, se opondo às concepções empiristas que enxergam o homem como produto de estímulos externos e também as teorias inatistas que defendem que o homem já nasce com as características que irá desenvolver durante a vida. Para o autor, o desenvolvimento do homem está intimamente ligado a historia da sociedade, sendo assim, é impossível separar um do outro. Pois, desde que as crianças nascem elas interagem com os adultos, e esses, naturalmente, procuram transmitir a elas a maneira “correta” de se relacionar com a cultura.

O autor acreditava que na mente do aprendiz existe uma “Zona de Desenvolvimento Proximal”, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que representa a capacidade  de resolver problemas individualmente, e o nível de desenvolvimento potencial, que é determinado através daquilo que se pode resolver com o auxílio de alguém mais experiente. O desenvolvimento potencial como ainda não foi atingido é sempre uma incerteza. Então, as “boas aprendizagens” são aquelas que proporcionam um maior desenvolvimento. 

Vygotsky considera muito importante o trabalho do educador neste contexto, como impulsionador do desenvolvimento cognitivo do aluno, disponibilizando apoio e recursos para que eles possam aplicar um nível de conhecimento maior do que seria possível sem auxilio.  Na óptica do autor o desenvolvimento da “criança é um processo dialético complexo caracterizado pela periodicidade, desigualdade no desenvolvimento de diferentes funções, metamorfose ou transformação qualitativa de uma forma em outra, embricamento de fatores internos e externos, e processos adaptativos que superam os impedimentos que a criança encontra”.  Fica claro que para o autor o desenvolvimento é um processo que acontece de dentro para fora se opondo as tradicionais concepções que dizem o contrario.

ESCOLAS DEMOCRÁTICAS



A escola é um espaço para o exercício da cidadania o que significa preparar pessoas para a vida em sociedade. Para que isso aconteça, é preciso construir um processo democrático onde a escola deve ser o cenário que reproduz tudo que acontece ao nosso redor no dia a dia.

A ideia de uma escola democrática é que todos participem igualmente para a sua construção através de uma gestão participativa onde todos têm autonomia para decidirem o melhor para o grupo. Hoje sonhamos com esse modelo e já existem muitas escolas que têm o propósito de serem regidas por alunos, professores, pais e comunidade em uma gestão participativa e democrática onde alunos não ficam apenas sentados ouvindo o professor como no filme.

Para Libâneo (2001) a participação é elemento imprescindível para garantir a gestão democrática da escola porque os sujeitos da escola devem estar presentes nas decisões, construções, acompanhamento e avaliação das propostas. 

Devemos ver o aluno como um sujeito importante dentro da escola e que a faz existir, cada um na sua individualidade, sendo sujeito de sua própria história tendo que ser respeitado e valorizado por qualquer gestor que deseje uma escola democrática.

Padilha (2005) destaca que o direito do educando deve ser garantido dentro do planejamento participativo conforme garante o Estatuto da Criança e do Adolescente. “Eles devem ser ouvidos em todos os assuntos que lhes dizem respeito”.

Rubem Alves diz que há escolas que são gaiolas e escolas que são asas. As escolas gaiolas são como a escola do filme, onde os alunos estão aprisionados a um sistema tradicional onde ficam submetidos a ideias retrógradas e sem chances de desenvolver um pensamento crítico e reflexivo, tornando-se uma pessoa sem coragem de ir atrás de novas descobertas. Já as escolas asas respeitam os alunos em suas diferenças induzindo-os ao voo e a liberdade de novas descobertas. As escolas asas são escolas democráticas que oportunizam um ambiente acolhedor e estimulante para o aluno não perder o incentivo e o interesse de querer sempre aprender e assim possam voar sempre atrás de novos conhecimentos


    Re




segunda-feira, 2 de julho de 2018

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UM DESAFIO



Quando nos tornamos professoras, uma das coisas que mais nos causa medo é alfabetizar. São vários os monstros que nos cercam em torno da alfabetização: como alfabetizar? Será que darei conta de tal desafio? Nunca dar aula para turmas de primeiro ano, pois é ali que tudo começa.
Na interdisciplina de linguagem, várias leituras nos mostram o contrário. A alfabetização começa muito antes dos nossos alunos chegarem a escola, começa no momento em que a mãe conta uma história antes de dormir, ou quando a irmã mais velha traz tema de casa, ou então quando temos acesso a qualquer portador de texto, seja um rótulo da lata do Nescau, ou o pacote de massa Isabela, a revista em quadrinhos, o livrinho para colorir, enfim, há uma infinitude de possibilidades de a criança já chegar na escola familiarizada com as letras, palavras e seus significados.
Por que então começarmos pelo ba-be-bi-bo-bu? Vamos usar os rótulos, as embalagens, os nomes dos familiares, dos animais de estimação, vamos alfabetizar a partir do que faz sentido para o aluno.
A partir dos estudos da Consciência Fonológica, descobrimos que antes de apresentar o alfabeto, e até mesmo as vogais, existem uma série de atividades que podemos fazer para que as crianças adquiram habilidades necessárias para compreender as características formais da linguagem.
A alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever, e o letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais.
Sou professora da rede pública de ensino e meus alunos são muitas vezes filhos de pais analfabetos e acredito que para essas crianças, a escola tem um papel ainda maior, visto que muitas vezes somos nós que lhes apresentamos o mundo e lhes abrimos uma janela de possibilidades, pois “quem tem pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes” (Emília Ferreiro).
Para que nossos alunos se alfabetizem e sejam letrados, faz-se necessário que além do domínio da escrita e da leitura, eles sejam capazes de fazer uma leitura do mundo que os cerca, cabe a cada um de nós professores e professoras que tem nas mãos muito mais do que o giz, mas a possibilidade de fazer a diferença, apresentar-lhes o mundo e dizê-los que eles são a mudança.