A partir da linha de tempo da EJA no Brasil é possível contextualizar historicamente essa modalidade de ensino, de modo a compreender a sua importância social e política na formação de indivíduos que ainda são tidos como um sub grupo social.
Segundo a Declaração de Hamburgo datada de 2007 “ A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI; é tanto consequência do exercício da cidadania como uma plena participação na sociedade”. (UNESCO, 1997, p.1)
A alfabetização de jovens e adultos é muito mais que a aprendizagem da leitura e da escrita, mas o resgate da cidadania, da autoestima e da autonomia desses indivíduos que ao retornarem para a sala de aula, conquistam o direito ao exercício pleno do seu papel político e social.
1854: Primeira escola noturna, criada para alfabetizar os trabalhadores analfabetos com o objetivo de atender as necessidades da coroa.
1874: Já existiam 117 escolas.
1887-1897: A educação foi considerada como redentora dos problemas da nação. Houve a expansão da rede escolar, e as “ligas contra o analfabetismo”,
1934: Criação do Plano Nacional de Educação. É dever do Estado o ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito constitucional.
1942: Criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A educação profissional passa a ser vislumbrada como importante veículo para que os cidadãos tenham acesso às conquistas tecnológicas da sociedade. É nesse momento que a qualificação profissional passa a se instituir dentro da EJA. Nesse período aproximadamente 50% da população era analfabeta.
1947: Realização do 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos.
1949: Seminário Interamericano de Educação de Adultos.
1958 a 1964: Foram marcados por ações em que “a educação de adultos era entendida a partir de uma visão das causas do analfabetismo, como uma educação de base. É a educação conscientizadora proposta por Paulo Freire. O trabalho do Centro Popular de Cultura (CPC) criado pela UNE (União Nacional dos Estudantes)
1964: Plano Nacional de alfabetização (PNA)
1965: Cruzada Ação Básica Cristã (ABC), de caráter conservador e semioficial.
1967: O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e a Cruzada ABC. Movimentos com o fim básico de controle político da população, através da centralização das ações e orientações, supervisão pedagógica e produção de materiais didáticos.
1971: Regulamentado o Ensino Supletivo que tinha a proposta de reposição de escolaridade, o suprimento como aperfeiçoamento, a aprendizagem e qualificação sinalizando para a profissionalização.
1985 :É extinto o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). No seu lugar criada a Fundação EDUCAR, com as mesmas características do MOBRAL, porém sem o suporte financeiro necessário para a sua manutenção.
1990: Extinta a Fundação EDUCAR. E surge o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) que dura somente um ano. Neste período ocorre a descentralização política do EJA, que passa a responsabilidade aos municípios.
1996: O artigo 37 da LDB diz que o EJA esta destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade na idade própria.
1997: Surge o Programa de Alfabetização Solidária (PAS)
2003: Foi criado o Programa Brasil Alfabetizado, que propunha a erradicação do analfabetismo e também a inclusão social.
A linha de tempo foi realizada com as colegas Carine Dias, Jaqueline Lemos e Jaqueline Rosa na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário