segunda-feira, 2 de julho de 2018

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UM DESAFIO



Quando nos tornamos professoras, uma das coisas que mais nos causa medo é alfabetizar. São vários os monstros que nos cercam em torno da alfabetização: como alfabetizar? Será que darei conta de tal desafio? Nunca dar aula para turmas de primeiro ano, pois é ali que tudo começa.
Na interdisciplina de linguagem, várias leituras nos mostram o contrário. A alfabetização começa muito antes dos nossos alunos chegarem a escola, começa no momento em que a mãe conta uma história antes de dormir, ou quando a irmã mais velha traz tema de casa, ou então quando temos acesso a qualquer portador de texto, seja um rótulo da lata do Nescau, ou o pacote de massa Isabela, a revista em quadrinhos, o livrinho para colorir, enfim, há uma infinitude de possibilidades de a criança já chegar na escola familiarizada com as letras, palavras e seus significados.
Por que então começarmos pelo ba-be-bi-bo-bu? Vamos usar os rótulos, as embalagens, os nomes dos familiares, dos animais de estimação, vamos alfabetizar a partir do que faz sentido para o aluno.
A partir dos estudos da Consciência Fonológica, descobrimos que antes de apresentar o alfabeto, e até mesmo as vogais, existem uma série de atividades que podemos fazer para que as crianças adquiram habilidades necessárias para compreender as características formais da linguagem.
A alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever, e o letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais.
Sou professora da rede pública de ensino e meus alunos são muitas vezes filhos de pais analfabetos e acredito que para essas crianças, a escola tem um papel ainda maior, visto que muitas vezes somos nós que lhes apresentamos o mundo e lhes abrimos uma janela de possibilidades, pois “quem tem pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes” (Emília Ferreiro).
Para que nossos alunos se alfabetizem e sejam letrados, faz-se necessário que além do domínio da escrita e da leitura, eles sejam capazes de fazer uma leitura do mundo que os cerca, cabe a cada um de nós professores e professoras que tem nas mãos muito mais do que o giz, mas a possibilidade de fazer a diferença, apresentar-lhes o mundo e dizê-los que eles são a mudança.

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